quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Dia de vacina

Levei a Malu pra tomar vacina.
Eu quis ir a pé (preciso mudar afinal sou uma sedentária desavergonhada), pois queria que minha filha tomasse um solzinho.
O Marco falou: pensa bem, a calçada é cheia de desníveis. Acho que não é boa idéia.
Mas eu insisti e lá fui eu feliz (como todo idiota sem noção do perigo)!
Peguei o carrinho, cumprimentei o porteiro que tentou me salvar: - A senhora vai com o carrinho? A cara dele era um misto de espanto e terror, mas eu não compreendia porquê.
Logo que eu saí do portão já vi que seria tipo "missão impossível". Atravessar a rua foi um fuzuê. Depois de uns 10 minutos consegui chegar do outro lado. O lado negro da força.
O outro lado tinha vários degraus em pelo menos 5 níveis diferentes. Pra cima, pra baixo, pra cima de novo e assim foi.
Isso já seria desgraça suficiente, mas claro que tinha mais coisa. Aliás eu merecia que tivesse mais coisa ruim: uma das rodinhas da frente simplesmente não rodava! Ou melhor, acho que ela rodava sim, mas era para o sentido contrário tipo ela sozinha tinha tração inversa ao sentido que eu empurrava.
E o carrinho pulava. E a coitada dormia.
Quado cheguei finalmente em uma rua que tinha calçada decente, adivinha: Lá vem o negão, cheio de paixão! Não o negão não é uma pessoa. É um pastor alemão de mais ou menos uns 50 kg que se chama negão. E não gostou nada de me ver passando ali.
Quando ja estava praticamente sentindo os dentes do negão nas minhas nádegas e ao mesmo tempo pensava nas vacinas antirábicas doloridas em volta do umbigo, aparece o dono do negão e manda ele gentilmente se afastar de nós. Ufa! Te amo dono do negão!
Mas eu ainda estava apenas no primeiro quarteirão (até o posto são 3 quadras). Continuamos, passamos por trecho sem calçada com um matinho (tipo a vegetação da Serra do Mar) e descemos até uma rotatória.
Caracas, como é difícil atravessar avenida empurrando um carrinho, que medo! Admiro aquelas pessoas que fazem isso todo dia e com muita habilidade.
Chegamos ao posto. Não tinha a vacina.
Voltamos todo o caminho pelo outro lado da rua porque ja devia ser quase onze horas (e saímos de casa as 8:30). De carro faríamos esse mesmo trajeto em 15 minutos (ida e volta).
Na volta o negão estava tão acalorado que nem deu bola pra nós (ou o dono deu comida e ele estava de barriga cheia).
Finalmente chegamos no condomínio.
Graças a Deus, chegamos, chegamos.
Odeio esse carrinho, que idéia medíocre ir de carrinho (mas esperar o quê da mente que quis por um brinco na cartilagem da orelha??)
Fui lavar as rodas do carrinho (nem contei que passamos por umas poças de lama) e o porteiro me perguntou: - E aí dona Carlene, é ruim ir de carrinho né?
- Sabe Otávio, até que não é tão ruim, mas me faz um favor: Coloca esse carrinho na caçamba de lixo? Obrigada!


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